
Experimente postar algum questionamento criticando as atitudes do Presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados em uma das redes sociais, principalmente o Facebook, que imediatamente seu perfil será inundado de postagens defendendo o bolsonarismo.
O método é simples de entender. Os coordenadores de mídia, denominado de “gabinete do mal” responsáveis pela defesa das posições e dos ataques, elaboram a postagem com os argumentos de defesa e distribuem em massa, usando os grupos de WhatsApp, e os seguidores compartilham em profusão. Os ataques vem em postagem curtas e distribuídas por robôs, programados para identificar as menções ao Presidente e aos assuntos polêmicos que ele pauta, um em substituição ao outro.
As postagens não tem objetivo de vencer o debate, posto que desprovidas de lógica ou baseadas em meias-verdades. O interesse destas provocações é movimentar os algoritmos e alcançar o maior número de pessoas, até chegar nas menos esclarecidas, criando o efeito manada ou a reação de torcida.
A tática bolsonarista tem dividido irmãos, famílias e amigos. Enchendo o país de ódio contra alvos específicos, geralmente aqueles que podem construir o contraponto ou desacreditando fontes importantes para quem faz oposição as suas ideias.
Os membros do STF, o parlamento, os políticos, as ONGs, a imprensa e mais recentemente os organismos científicos e autoridades de saúde.
O Presidente questionou a eficácia do isolamento social e logo vieram as postagens que diziam ser isso uma tática da oposição para quebrar o país. Bolsonaro fez propaganda da Cloraquina e os robôs disseminaram que quem era contra queria boicotar a cura do coronavírus. Os governadores, prefeitos, Mandetta e Rodrigo Maia substituíram o Lula e o PT no quadro de inimigos principais.
A sociedade brasileira aos poucos vai entendendo a tática e criando meios de reação aos bolsonaristas, mas como ainda não conseguiu uma vacina digital, tem usado a atitude analógico de bater panelas, num barulho ensurdecedor, todas as vezes que deseja mostrar seu descontentamento.
Nem um governo será eterno e nem todo povo merece ser governado por robôs idiotas.