
Recebi de um grupo de WhatsApp, composto por pessoas humildes, da Região Metropolitana de Belém, uma mensagem com a imagem de uma mascara proveniente da China, insinuando que nela está gravado o número da besta 666, da qual fala o Apocalipse de João e que isso seria o sinal de que as revelações proféticas da Bíblia, referente aos finais dos tempos, que estão se concretizando.
Olhando as marcas, percebe-se que ali não temos números e sim as marcas feitas pelos prendedores mecânicos das máquinas que fabricam as máscaras. As marcas estão em cima e em baixo e não são números.
A mensagem, porém, evidencia a proliferação de teorias conspiratórias terrenas ou divinas, como também interpretação literal do texto bíblico, sem os devidos cuidados e estimulado por quem não estudou teologia.
Estas teorias e interpretações errôneas do texto sagrado, são incentivadas em redes sociais, movimentando os algoritmos e transformando a ignorância e a boa-fé em engajamento e adesão a causas que tem propósitos inconfessáveis.
A crença nestas hipóteses absurdas e sem qualquer base em fatos verdadeiros e nem na ciência, tem causado a divisão da sociedade, extremismo e prejuízos até para saúde das pessoas, que acreditando que estão a seguindo bons caminhos, acabam sendo manipulados por grupos poderosos econômicos ou políticos e deixando de se proteger. Lembro aqui a campanha absurda contra vacinas.
Muitos estudos sérios foram feitos sobre o Livro do Apocalipse e as conclusões mais aceitas é que João não escrevia para prever o futuro
Quando João escreveu o livro, no século 1, ele não estava querendo explicar acontecimentos futuros. “Ele usava códigos e símbolos para alertar os cristãos da época sobre a adoração ao imperador de Roma e lançar um ataque ao poderoso regime.”
Se você escrever o nome do imperador Nero Cesar no alfabeto hebraico, a equação fica: 200+60+100+50+6+200+50=666.

Historiadores acreditam que a perseguição de Nero a cristãos em Roma fez com que ele fosse uma figura odiada pelos primeiros cristãos.
Fonte BBC
Por tanto, minha gente, deixem de acreditar em bobagens e pratiquem a lei maior de “amar o próximo com a ti mesmo” evitando espalhar o coronavírus, se contaminar e contaminar os seus familiares e amigos. Ouçam as autoridades de saúde. Sigam as regras de higiene. Usem as máscaras, não saiam sem a proteção delas. Fiquem em distanciamento. Pratiquem o isolamento social.
A besta fera de hoje é o coronavírus e não as mascaras.