
Para quem aproveita da ocasião para tirar uma forra em Sergio Moro, quero intuir que o perigo continua cada vez mais sendo Bolsonaro.
Sergio Moro está fora, ainda terá que conseguir um novo emprego e responder ao inquérito maldoso do Aras.
Bolsonaro está dentro, avança tirando do caminho todos os possíveis adversários eleitorais e controlando postos chaves do poder instituído, pra se tornar ainda mais poderoso.
Nomeará o Diretor Geral da PF, terá acesso às informações que deseja e poderá escalar a Policia Judiciária contra quem lhe afrontar.
Some-se isso o fato de já ter os relatórios de inteligência da ABIN. Um gabinete formando por militares das três Forças. Em Novembro colocará o pé no STF, sem Moro, nomeando uma pessoa de sua confiança para a vaga de Celso Melo. Em Dezembro será a vez de controlar a presidência da Câmara dos Deputados, elegendo o sucessor de Rodrigo Maia.
Não esqueçamos que o gabinete da maldade é expert em mexer com os algoritmos das redes sociais.
Tudo isso sem que se consiga organizar uma resistência consistente e popular para dialogar com a sociedade brasileira, construindo a contra-hegemonia e uma candidatura viável.
A saída pode até ser o impeachment, mas tem que ser rápido, antes de novembro e antes que líderes do “centrão” se encante e alcance cargos cobiçados por Paulinho da Força, Waldemar Costa Neto e Roberto Jefferson e impeçam uma derrota legislativa do tamanho que precisa para receber o impedimento e iniciar o processo.
Um detalhe final, o impeachment, se aceito com sucesso, não coloca no poder outro projeto, mas o mesmo, pois coloca no poder um General de Exército, oriundo da mesma vitória eleitoral, estrategista e bem aceito por muitos setores da economia.