O MEC, chefiado por um terraplanista, negacionista, semianalfabeto, que a tudo politiza, incluindo negar a importância de um brasileiro do bem, orgulho nacional, como Paulo Freire, resolveu manter o calendário do ENEM e determinou que as inscrições ao Exame comecem hoje, a partir das 10h00, no site do INEP.
O Ministro da Educação, Abraham Weintraub, afinado com o Presidente da República, decidiu enfrentar os governadores e prefeitos, que adotaram medidas corretas de suspensão de aulas presenciais para preservar os alunos de contágio, mantendo apenas aulas on line. Porém, muitos alunos brasileiros não tem acesso a computador e mesmo internet.
O pedido de adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio, com readequação do calendário é fundamental, principalmente para os estudantes carentes, que são a maioria num país desigual e sem logística de rede de dados em cobertura nacional, foi apresentado ao MEC, vindo de muitas autoridades e entidades.
Tramita na Câmara dos Deputados e pronto para ser apreciado, projeto de lei de iniciativa do Deputado Professor Israel, em coautoria com os deputados Célio Studart (PV) e Tabata Amaral (PDT).
Para o autor da proposta, a postura do ministro Weintraub é intransigente e desalinhada com a gravidade do cenário. “Manter as datas das provas é ampliar o fosso das desigualdades no nosso País. É um descaso, sobretudo, com os alunos mais carentes da rede pública, para os quais o acesso à internet ainda é uma realidade distante. Mas o ministro incentiva que eles estudem sozinhos. Como assim?”, indaga.
Pesquisa divulgada ano passado pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil aponta que 58% das casas no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Os desdobramentos da pandemia são dramáticos, sobretudo, para os estudantes de regiões mais pobres. Com as medidas de isolamento social no combate ao coronavírus, as escolas permanecem fechadas e o ano letivo está comprometido.
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