Morre Padre Bruno Sechi, um santo homem de Deus

Padre Bruno Sechi, o santo das crianças e adolescentes.

No dia da marcha contra o trabalho infantil, no momento em que descia a Presidente Vargas, olhe na lateral da rua e lá estava, vendo tudo que acontecia, era Padre Bruno. Fui até ele, abracei-o, pedi uma foto e acertamos nos encontrar para falarmos sobre direitos humanos.

Veio a pandemia, ele se recolheu em sua Cidade de Emaús e eu me recolhi em minha casa. Não nos falamos mais. Ontem, com tristeza, recebi a noticia do seu falecimento. Fiquei zangado com a COVID-19, por levar tão santo homem e nem me dá oportunidade de vê-lo e dele receber alguma missão.

O pior é vê-lo partir sem dar-lhe a despedida merecida. Se pudéssemos, hoje Belém teria um círio, um mar de gente em seu féretro.

Padre Bruno é uma referência para muitos senhores, que quando jovem, vivendo no Mercado do Ver-o-peso, tiveram a mão amiga da República do Pequeno Vendedor.

Outros educadores e voluntários puderam, nos meses de agosto, ajudar na grande coleta de produtos que, antes da obsolescência programada, quando os produtos de agora são feitos para jogar fora, coletavam aquilo que ainda podia ser reaproveitado e levavam nos caminhos, que depois seriam remoçados e postos a venda para ser adquiridos por um preço menor e por famílias pobres.

O Dinheiro arrecadado serviria para sustentar os projetos em prol das crianças e dos adolescentes.

Meu primeiro computador portátil, adquiri do Padre Bruno Sechi, foi deste impulso que nasceu minha história tecnológica, que perdura até hoje. Padre Bruno era muito moderno e visionário.

Minha ligação e intimidade com a República de Emaús e com as causas, razão de ser de todo uma vida, foi fortalecida através de dois grandes amigos, minha madrinha Ana Sgrott e do Professor João Raimundo, que me ajudou como assessor parlamentar por longos anos e me fizeram conhecer a beleza por trás deste homem simples e de fala mansa.

Com a sua ida ao encontro do Pai Celeste, o Pará perde mais um ícone, como tantos outros que estão indo. Sinto um vazio. Vejo que estamos ficando sem referências.

Faço aqui uma oração: Oh, meu caríssimo Deus, pode levar seus escolhidos, eles merecem o Reino dos Céus, mas saiba, Senhor, que precisamos de outros padres Brunos nos mais diversos campos de batalha.

A Amazônia, por exemplo, está sendo destruída e me sinto impotente e sem aliados para prosseguir, pois os inimigos do meio ambiente são muitos e poderosos. A luta urbana, está ficando pra trás. As bandeiras do Padre Bruno Sechi precisam continuar hasteadas.

Descanse em paz, homem santo de Deus.

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