
O Cacique Arara, José Carlos, este que aparece com o ator Arnold Schwarzenegger, que sucedeu o cacique da foto acima, faleceu vítima de COVID-19. Estive nesta aldeia ouvindo os Araras que pediam que os brancos os deixassem em paz e não barrassem seu rio Xingu coma hidrelétrica de Belo Monte.
Os indígenas, nossos primeiro descendentes, vem sendo dizimados por vírus transmitidos por invasores de suas terras desde o descobrimentos do Brasil.
Historiadores nos contam que o número de europeus no tempo do descobrimento e colonização era infinitamente menor que os quase 10 milhões de habitantes do país.
Os colonizadores não tinham armas de guerra suficientes para matar tantas pessoas quantas foram as mortes e até o extermino de populações e etnias inteiras.
Deste fato surge a pergunta: o que matou tantos indígenas no tempo do descobrimento e da colonização?
Os Europeus já haviam domesticados e entrado em contato com muitas espécies animais e deles já haviam adquirido vírus e desenvolvido anticorpos. Os indígenas brasileiros não. Poucos animais convivem domesticamente com os nosso brasileiros nativos.
A disseminação de vírus trazidos pelos europeus foi fatal e matou milhões de pessoas.
Um dia, no Museu do Marajó, uma especialista em arqueologia me disse, e eu nunca esqueci, que todos os habitantes da ilha Mexina, morreram de uma grande febre. O desespero era tanto, que os acometidos desta febre, em sofrimento, se jogavam no rio e foram morrendo em massa.
O dr. Erik Jennings, que atende indígenas isolados, se preocupa com mais essa pandemia, por saber o quanto estas populações são vulneráveis e ainda mais nos dias de hoje, em que seus territórios são invadidos por garimpeiros, madeireiros e grileiros, como os europeus gananciosos, levam a morte para as aldeias.
Meus pêsames aos araras do Pará pela morte do seu cacique José Carlos, grande liderança preocupada com os povos indígenas do Xingu paraense. Perdemos um lutador e muita história ancestral.