Igrejas, pastores, bispos e líderes religiosos nunca abusaram tanto da fé alheia para outros fins, incluindo o eleitoral, como nos tempos atuais. A bancada da “Bíblia” cresce exponencialmente a cada eleição, com ela a intolerância religiosa e o reacionarismo.
O TSE detectou o fenômeno “abuso de poder religioso”. Pautou o tema para estabelecer a tese, mas esbarrou na escolha errada do caso concreto, das poucas provas e da ausência de legislação.
O TSE não tinha outro caminho, rejeitou estabelecer a tese e não foi por concordar com a prática abusiva, como induzem as manchetes imprecisas publicadas pelos grandes jornais, (fiz questão de usar a manchete do G1 para ilustrar a postagem) pois estas existem, estão crescente a cada pleito e podem ser suscitada novamente a qualquer momento.
A Assembléia de Deus e a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus), por exemplo, criaram partidos políticos para abrigar seus candidatos. Usam a autoridade religiosa para escolher os dirigentes partidários, filiar eleitores e compor a listas de candidatos. Obrigam aos eleitores fieis a terem preferências, fazendo campanha e votando nos ungidos. Os seus escolhidos “divinamente”, chamados de ungidos, recebem os meios físicos generosos para campanha eleitoral, incluindo o financeira, dinheiro vivo, suado, dado de boa-fé para obra divina, acobertado pela isenção tributária, desviado para fins de conquista de poder, de difícil fiscalização.
Falta vontade política para caracterizar o abuso. Porém, se a bancada dos religiosos continuar crescendo e avançando para controlar importantes postos no Poder Legislativo, puni-los por lei será cada vez mais difícil.
O futuro dependem de uma ação rápida para coibir o abuso religioso antes que seja tarde. Se isso não acontecer, vamos caminhar para mais intolerância religiosa, mais reacionarismo, como os intolerantes querendo avançar para ocupar postos importantes em outros Poderes da República. A vontade de ter um Ministro do STF terrivelmente evangélico já foi publicizada e pode ocorrer a qualquer momento.
Quem lutou tanto pelo estado laico, precisa sair da letargia e adotar posição proativa urgente.