A mudança sufocada

As pesquisas eleitorais apontam que o eleitor paraense dos municípios quer mudanças. Anseia por derrotar os velhos caciques políticos e seus truques, que acabam sendo os mesmos de sempre. Truques manjados, que o povo não suporta mais e sabem que são aplicados para mantê-los na crista da onda do poder. No máximo praticando o revezamento. Trocando sei por meia dúzia.

Os caciques da velha política, detectam este desejo popular. Partidos que não concordam com o toma lá, da cá, tentam apresentar suas alternativas, mas estas alternativas são barradas no nascedouro. Na fase das eleições em que o povo não pode interferir e apenas assiste o espetáculo de mau-gosto sendo urdido.

Falo do período que antecede as convenções partidárias, no qual, quem manda são as regras estabelecidas pelo grandes partidos que tem maioria nas Câmaras dos Deputados e no Senado Federal.

Um balanço dos resultados das convenções partidárias, podemos resumir para o entendimento simples.

Quem conseguiu fazer chapa para vereador, já que pela regra eleitoral, os partidos não podem coligar para eleição proporcional, devendo apresentar chapa pura, com trinta por cento de mulheres, foram apenas os partidos que fazem parte das máquinas governamentais ou que tem membro com mandato parlamentar. Os partidos históricos e ideológicos. Os partidos das igrejas.

No caso da eleição para Prefeito, o mesmo aconteceu. Os candidatos lançados tem apoio do prefeito que está no poder, do governador, almeja receber apoio do Presidente da República ou pertence a uma das igrejas que tem partidos organizados com seus membros.

Quando os nomes forem apresentados ao público, a reação será de dizer: são os mesmos de sempre e seus padrinhos?

A novidade não veio. Não veio e não é porque não tinha pessoas com vontade de enfrentar a batalha. Não veio porque foi inviabilizado, cooptado, desidratado.

Vamos encontrar raríssimos casos de candidatos como novidade. Os motivos são conhecidos. O candidato não teve outros partidos para coligar. Sem coligação, não teria tempo de propaganda em rádio e televisão. Sem mostrar força e viabilidade não consegue apoio material para viabilizar a empreitada eleitoral, perdeu na disputa interna porque a cúpula do seu partido estava comprometida com o cacique de plantão e por ai vai.

Quando começar a campanha, em muitos casos, restará ao eleitor escolher o menos pior.

Isto só mudará, quando mudar as regras do jogo. As regras do jogo podem mudar se o eleitor descobrir que deve escolher melhor vereadores, deputados e senadores.


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