Réus da Chacina do Guamá – Bar da Wanda – vão deixar de responder por crime contra o único sobrevivente.

Os réus da Chacina do Guamá (11 pessoas foram brutalmente assassinadas no Wanda’s Bar, na Passagem Jambú, às 15h40, do dia 19 de maio de 2019) vão a júri popular em 2020, mas não responderão pelo crime de lesão corporal cometido contra a única vítima sobrevivente.

É que Anderson dos Santos se recusou a comparecer aos procedimentos processuais de coleta de provas, por temer pela sua própria vida e, pelo que tudo indica, o Estado não garantiu a integridade física deste sobrevivente, preferindo impronunciar os réus.

Os acusados desta chacina são: 1 – Pedro Josimar Nogueira da Silva, cabo Nogueira; 2- José Maria da Silva Noronha, cabo Noronha; 3 – Leonardo Fernandes de Lima, cabo Leo; 4  – Ian Novic Correa Rodrigues, Japa; 5 – Wellington Almeida Oliveira, cabo Wellington; 6- Edvaldo dos Santos Santana; 7 – Jailson Costa Serra; e 8 – Jonatan Albuquerque Marinho, Diel.

“O juiz Edmar Silva Pereira, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, impronunciou os réus em relação ao crime conexo de lesão corporal que vitimou Anderson Gonçalves dos Santos.
Anderson dos Santos, que ficou lesionado, não compareceu. Por telefone, informou à Promotoria de Justiça que mesmo com encaminhamento da delegacia de homicídios não compareceu ao Centro de Pericias Renato Chaves e nem compareceria à Justiça por temer por sua vida.” Fonte: Coordenadoria de ImprensaTexto: Glória Lima”

A decisão de impronunciar os réus pelo crime conexo de lesão corporal pode ser a única decisão judicial possível de acordo com o processo, mas não é justa e nem pode ser aceita como a melhor solução que o Estado tenha a apresentar a sociedade.

Depois de saber do temor de Anderson é o caso de se indagar: como estão vivendo os membros das famílias das onze vítimas e as testemunhas deste caso, será que todas elas se sentem seguras para comparecer ao Tribunal de Juri e depor livremente, contando aos jurados o que realmente aconteceu?

As vítimas desta Chacina foram: Márcio Rogério Silveira Assunção, 36 anos; Samira Tavares Cavalcante, 36 anos; Leandro Breno Tavares da Silva, 21 anos; Meire Helen Sousa Fonseca, 35 anos; Paulo Henrique Passos Ferreira, 24 anos; Flávia Teles Farias da Silva, 32 anos; Sérgio dos Santos Oliveira, 38 anos; Tereza Raquel Silva Franco, 33 anos; Maria Ivanilza Pinheiro Monteiro (dona do bar), 52 anos; Samara Silva Maciel, 23, e Alex Rubens Roque Silva, 41.

O caso do Wanda’s Bar, na Passagem Jambú, no bairro do Guamá, que muito rapidamente foi esquecido pela imprensa paraense, ainda pode ser melhor debatido e permitir a sociedade tirar dele muitas lições para evitar novas chacinas no futuro.

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