Lixo Zero é uma decisão ética que todos devemos adotar

O Partido Verde Paraense começou uma caminhada em favor da bandeira utópica “Lixo Zero”. 

A campanha começa por visitarmos os gestores municipais e apelar que adotem política pública no sentido de diminuir a produção de resíduos sólidos no território do município sob suas responsabilidade, como fizemos em Canaã dos Carajás, quando fomos recebidos pela prefeita Josemira Gadelha e seus secretários. 

Depois, seguiremos conversando com empresários que produzem, distribuem e comercializam produtos que geram resíduos. Em seguida, nossa meta é a educação ambiental da população, tarefa esta que realizaremos conjuntamente com as cooperativas de catadores de materiais reciclados, com as universidades e escolas. 

A meta “Lixo Zero” é possível?

“Lixo Zero”, claro, é impossível conquistar na sua integralidade, sabemos disso, mas tê-la como meta instigará a olharmos ao nosso redor, analisar nosso cotidiano e concluir que em cada etapa dos nossos dias, produzimos muito resíduos e poderíamos fazer diferente, como, aliás, faziam os nossos avós.

“Lixo Zero”, significa produziremos cada vez menos resíduos. Aquilo que produzirmos, separaremos para reciclagem, reaproveitamento ou produção de material orgânica, restando muito pouco, que pode ser classificado como rejeito. 

Era assim que nossos antepassados faziam e nós, com nossa vida moderna, mudamos para piorar nossa pegada ecológica.

Nossos avós, começavam o dia tomando café coado no saco de pano. O pão era comparado em sacola de pano. A manteiga vinha em latas ou era produzida em casa. O leite, em alguns lugares, era trazida pelo leiteiro em garrafa de vidros e deixada na porta. Ao levantar da mesa do café, nada de resíduos era produzido. Roupa eram de algodão natural. Carne ou peixe eram embaladas em folhas. Para a feira, nossos antepassados usam cesta feita de talas de miriti, completamente orgânica. Tudo era permanente e a vida não dependia dos plásticos.

A vida mudo, não podemos voltar ao passado. A roda gira para frente. Muitas modernidades nos ajudaram a viver melhor e de forma prática. Por tanto, não se tratar de regredir, mas sim de progredir corrigindo o que hoje não é sustentável. 

Mudamos, mas não deveríamos ter mudado tanto ao ponto de nos afastar totalmente da nossa natureza de parte do meio ambiente que nos acolhe e nos abriga. 

Por que é importante alcançarmos a meta “Lixo Zero”?

Os prefeitos e suas administrações olham para o Lixo na direção do destino. Cidades como Belém e Ananindeua, juntas, já produziram dois lixões enormes. O Lixão do Aurá e o Lixão de Marituba. Agora parte para construir um terceiro lixão. 

O olhar das autoridades está indo na direção errada. Sugerimos que saia da direção do destino e vá em direção da origem, onde está a produção de resíduos. Tudo começa nas fábricas, é lá produzem produtos que geram muito resíduos. Governos podem atuar aí e pedir que fabricantes modifiquem seus produtos para torna-los mais sustentáveis fornecendo aos consumidores produtos com pouco resíduos e de maior durabilidade.

A vida das pessoas, baseada no consumismo, consumismo que move a máquina da economia horizontal, que produz resíduos e cada etapa que percorre, gera muito resíduos e, na maioria, descartados sem qualquer compromisso com a sustentabilidade ambiental. 

Atuar na origem significa implantar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, preconizada pela Lei n. 12.305/2010. O primeiro passo será dado pela exigência dos planos de resíduos sólidos das atividades econômicas instaladas no território local. Mas não basta apenas exigir e receber o plano. A prefeitura precisa contratar um sistema inteligente para ler e monitorar os planos. O segundo passo é criar uma agência “Lixo Zero” para trabalhar ininterruptamente no sentido dessa meta. Terceiro e importante passo, conquistar a adesão da sociedade. 

A meta “Lixo Zero” impactará no meio ambiente, na qualidade de vida das pessoas, no modelo econômico insustentável, mas também nas finanças municipais. O custo do serviço público de coleta domiciliar, de limpeza urbana e do tratamento dos resíduos é sempre muito caro, comprometendo parte significativa das receitas municipais, recurso que poderá ser destinado a atender outras prioridades muito importante. 

O Partido Verde Pará, abraçará esta bandeira como sua mais importante tarefa para os próximos anos, porém, o sucesso depende do engajamento de todos e da busca por aliados importantes. Ao longo desta missão, haveremos de desenvolver o tema e recolher ideias que nos ajude a vencer nossa insustentável existência.

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