Anarquistas atacam a estatua de Magalhães Barata, em Belém.

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A estatua do Governador Magalhães Barata, que fica na Avenida Castilho França, na pracinha entre os prédios da Folha do Norte e Estação Docas, foi atacada. Desenharam no rosto do general caudilho, o símbolo do anarquismo, que consista na letra A e no círculo, que simboliza a letra O, juntos eles significam “Anarquia é Ordem”, a primeira parte de uma das mais famosas citações de Proudhon.

O movimento de descolonização que vem questionando símbolos e homenagens a personalidades de passado, hoje, condenáveis, pelo mundo, tomou grande significado depois que a estatua do bandeirante Borba Gato, acusado de matar índios, foi incendiada em São Paulo.

No Pará, se o movimento repetir o que os paulistas estão fazendo, devem ser alvo de ataques muitas outras estatuas, uma delas, a de Pedro Teixeira, que fica na escadinha do cais do porto, inicio da Avenida Presidente Vargas.

Pedro Teixeira e Bento Maciel Parente, este idealizador do brasão d’armas de Belém, foram os grandes colonizadores desta terra e mataram muitos tupinambás por aqui, dentre eles o cacique Guaimiaba, chefe da revolta indígena contra a invasão portuguesa.

A história conta que foi Pedro Teixeira a dizimar a aldeia dos índios camutás, povo originário de Cametá, embora, na frente da cidade, exista uma estatua deste conquistador português.

Se o movimento quiser ir mais fundo, deve cassar todas as homenagens a matadores de índios, como foi o comandante Xichorro, enviado pelo Governador para defender a Vila de Santarém, que incendiou 700 aldeias e degolou 300 índios condurizes, na região do Baixo Amazonas. Mas, ainda, não deve perdoar aqueles que mataram 256 cabanos, sufocados por cal, no porão do Brigue Palhaço, derrotando a maior revolta popular do Brasil.

Não apoio a destruição de patrimônio público e nem sou a favor de destruir estas estatuas. A revisão da história deve seguir, mas não destruindo ou tentando apagar o que de fato, mesmo escabroso, aconteceu. Creio que o melhor a fazer seja exigir das autoridades que ao lado de cada símbolo, de cada estátua, se coloque um relato de quem foi o personagem e os crimes por ele cometidos.

Ah! Ia me esquecendo. No gradil que adorna o monumento à República, que fica no centro da Praça com o mesmo nome, é possível avistar o símbolo fascistas deixado pelo italiano que ganhou o concurso para construir a obra. Mas não vale destruir. Basta que a atual geração aprenda o que foi o fascismo e saiba como combatê-lo, principalmente derrotando-os na urna em 2022.

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