
O Presidente Jair Bolsonaro vetou projeto de lei que combate a pobreza menstrual, fornecendo, através do SUS, oito absorventes por mês para meninas pobres.
A carência de absorventes por meninas de famílias pobres, foi detectado pela ausência um mês de aula anual dessas meninas, tendo como única razão o período menstrual, quando essas jovens não têm dinheiro para comprar absorventes e, por isso, se abstém de frequentar locais públicos, incluindo as escolas.
Jair Bolsonaro alegou que o Congresso Nacional não indicou as fontes de custeio para bancar as despesas, embora o projeto tenha previsto que as despesas seriam bancadas pelo Sistema Único de Saúde e pelo Fundo Penitenciário.
O veto do Presidente a um tema tão próprio das mulheres, principalmente das meninas pobres, destaca a importância da participação feminina nos cargos públicos.
Bolsonaro é rodeado por assessores e ministros homens. O Ministro da Economia é homem. O Ministro da Casa Civil é homem. O Ministro da Saúde é homem, como são homens a grande maioria dos engravatados do Palácio do Planalto.
São estes senhores, sem qualquer sensibilidade, que elaboraram o veto e determinam o que é prioritário, ditando o que pode e o que não pode na nossa república.
Num universo predominante masculino, o tema pobreza menstrual não tem importância, não sensibiliza, até porque falar em menstruação, num país cheios de preconceitos, sempre foi um tabu, quando deveria ser um tema obrigatório, tal a normalidade do assunto na vida e no universo feminino.
O Congresso Nacional, que hoje já conta com uma pequena, mais aguerrida bancada feminina, da qual saiu a proposta que virou projeto de lei, promete derrubar o veto presidencial.
Vamos torcer por esta derrota, afinal, num país onde o presidente gasta R$ 3 milhões para bancar motociata, encontra uma fonte seguro de recurso para custear uma doação de 08 absorventes por mês, o que ainda não é o ideal, que custará R$ 85 milhões, não é difícil, basta querer e ter sensibilidade.
Do episódio, fica a falta de sensibilidade do presidente e de seus homens, como também a necessidade de termos cada vez mais mulheres na política e ocupando cargos públicos neste país.