
A bioeconomia circular pode representar o futuro da preservação da floresta tropical e de renda para mudar a vida das pessoas no Pará. Estado campeão desmatamento e onde 41,7% de sua população vive abaixo da linha da pobreza, segundo o Mapa da Exclusão Social.
Para que isso se torne realidade, é necessário que o orçamento público reflita o discurso e a declaração emitida após o importante Fórum de Bioeconomia, realizado em Belém, nos dias 18 a 20 de outubro, nas Estação das Docas.
O governador Helder Barbalho, discursando na abertura do evento, disse que o Pará tem dado sua contribuição para um futuro melhor:
“Nestes três dias, Belém foi a capital mundial da Bioeconomia. O Fórum foi uma oportunidade fantástica não só para o Pará, mas também para o Brasil. Discutir bioeconomia não é falar apenas sobre o futuro, mas acima de tudo é falar sobre o presente. Nossas florestas e o meio ambiente precisam de uma ação eficaz hoje. “Aqui no Pará, demos passos importantes e concretos em direção a uma economia mais sustentável, mais inclusiva e mais humana. Uma economia que cria empregos e oportunidades para todos, com a floresta em pé. Implementamos, por Decreto, uma estratégia de Bioeconomia Estadual. Criamos novas unidades de conservação, lançamos uma linha de crédito voltada para iniciativas bioeconômicas e criamos um comitê gestor da Política Estadual do Clima. “Como governador, tenho orgulho de poder dizer que o Pará está dando a sua contribuição e apontando o caminho para termos um mundo melhor.”
O discurso fala em programa de bioeconomia, mas a proposta orçamentária enviada ao poder legislativo paraense e que está na fase de emendas dos senhores deputados, não tem uma só vez a palavra bioeconomia.
O mesmo orçamento, que vigorará no exercício de 2020, não é possível ver expresso em números aquilo que declarou Sua Excelência perante plateia tão seleta e de importância mundial.
O Pará, me desculpe, Governador, não tem dado sua contribuição para termos um mundo melhor. Somos o que mais desmata, o que não investe em tecnologia limpa, adotando uma matriz econômica baseada no saque dos recursos naturais.
A mensagem e o projeto de lei orçamentária para 2022, que podem ser acessados por quem deseja conferir, mostrar claramente que o discurso não passou de retórica para a publicidade oficial. Quando confrontado com a realidade, as palavras não param em pé. Acesse e confira: https://seplad.pa.gov.br/wp-content/uploads/2021/10/Mensagem-OGE-2022-completa-2.pdf
Ainda há tempo de corrigir esta realidade para, mais uma vez não sofremos atraso no nosso desenvolvimento sustentável. Os deputados estaduais querendo podem, na apreciação da proposta orçamentária, fazer o discurso virar realidade através de emendas orçamentária, criando um robusto programa de bioeconomia.
Esperamos que os parlamentares percebam a importância de mudar a nossa base produtiva, adotando uma economia limpa e amiga da floresta.
Por fim, destaco o esforço do Secretário Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida por trazer um evento tão importante para o nosso estado, esperando que o lideres paraenses tenham saído da Estação das Docas contagiado pelos bons fluídos das palestras e da música de letras simples, mas tremendamente paraenses dos caribós chamegados de Dona Onete.