
O incêndio na Imerys, que no Pará possui a maior planta de beneficiamento de Caulim do mundo, além de duas minas e um porto privado, foi provocado por um produto químico denominado HIDROSSULFITO DE SÓDIO, que é utilizado no branqueamento e tingimento de tecidos e couros; tratamento de minérios; branqueamento redutivo do caulim, etc.
O fabricante desse produto alerta para a possibilidade de explosões: “Não deve ser manipulada por pessoas que apresente problemas respiratórios. A substância é redutora, pode se auto inflamar e liberar gases tóxicos por exposição a umidade ou vapores ácidos.”
Hoje (09/12), uma comissão de parlamentares visitará a fábrica da Imerys e deveriam levar técnicos em armazenamento de produtos químicos e os fiscais do meio ambiente, da saúde e da defesa civil, pois além de ver os estragos que foram causados pela explosão e incêndios, devem apurar as responsabilidades da empresa, que, diante das recomendações dos fabricante, não pode alegar desconhecimento.
A outra pacata Vila do Conde, as margens do rio Pará, em frente de Ponta Pedras, no Marajó, com sua praia, barcos e búfalos, ainda guarda os resquícios dos tempos tranquilos de antes da chegada dos portos, das fábricas, dos barulhos das caldeiras apitando no meio da madrugada e do perigo dos desastres ambientais.
As vida livre e saudável deu lugar as promessas de desenvolvimento, emprego e renda que não passaram de promessas.

A comunidade estará na porta da fábrica, em um ato pacifico, pedindo informações e providências.
Querem saber o que aconteceu e quem pagará pelos transtornos que vem sofrendo ao longo de vinte anos, quando mais de dez desastres já ocorreram por lá, sem que se adote as medidas cabíveis.
Os líderes também querem saber quanto foi pago de multas, indenizações e compensações pelas empresas responsáveis pelos crimes e danos ambientais e o que foi feito com o dinheiro, uma vez que nem uma das doze comunidades que reunem os moradores da região foi beneficiada.

O retrato do abandono em Vila do Conde pode ser visto entre as moradores, nas crateras das estradas, mais também no atar-mor da Igreja de São João Batista, construídas pelos padres Jesuítas, há mais de 300 anos, tombada pela SECULT, inscrita no Livro 03, mas que está em total estado de abandono. Menos pelos cupins, que não largam a apetitosa madeira e saboreiam cada pedacinho da história do Pará, sem qualquer cerimônia e genuflexão.
Para provar que a Imerys e a defesa civil de Barcarena sabiam do perigo, segue o documento com as recomendações do fabricante sobre o produto químico HIDROSSULFITO DE SÓDIO: