
Ontem, creio eu, que o Jornal Diário do Pará passou de todos os limites com aquela manchete e matéria sobre investimentos durante o Governo Helder Barbalho.
Para enaltecer a figura de bom administrador público, o jornal da família do Governador disse que ele foi o governante que mais investiu no Pará nos últimos 27 anos, sem dizer que nominalmente também foi o governante que mais recebeu receita para administrar.
A matéria não disse em que o governo investiu e como esses investimentos impactaram positivamente na vida das pessoas que moram aqui nesse pedaço norte do país.
Hoje, se levarmos em conta pesquisas, apoio político, estrutura e outros quetais, Helder estará reeleito e não precisa forçar a barra, colocando sob suspeita um assunto tão importante.
O Pará, desde o governo militar, foi escolhido para produzir saldo na balança comercial nacional, com um modelo econômico que deixa como impacto a miséria, a violência, a degradação ambiental e humana, colocando em risco o futuro das próximas gerações.
Por tanto, o investimento no futuro para reverter esse modelo perverso é de fundamental importância nesse contexto e fazer o que a matéria do Diário do Pará fez no domingo, nos coloca em perigo e traz ainda mais insegurança quanto ao desfecho dessa guerra que travamos para sair do imbróglio que a ditadura militar nos colocou.
A matéria é pobre sobre todos os aspectos. Não levou em consideração os próprios dados oficiais e nem as análises técnicas mais basilares. Deixou de informar o principal: investimento em que? O que esse montão de dinheiro fez que não mudou um milimetro dos dados negativos do mapa da exclusão social paraense? O investimento não foi capaz, por exemplo de segurar a floresta em pé. O Pará, há quinze anos, é o campeão nacional de desmatamento da Amazônia.
Eu, por esforço próprio, estou me discando a descobrir iniciativas de desenvolvimento sustentável pelo Pará. Tenho encontrado muitas e todas feitas com esforço de pesquisadores, comunitários, indivíduos não governamentais, sem qualquer apoio oficial.
Apelo a todos, independente de preferência política, vamos unir forças e ajudar o governo, seja ele quem for, de direita ou de esquerda, cabano ou baratista, a mudar o rumo e passar a investir de verdade na mudança do modelo econômico atual.
Estou propondo a todos os meus interlocutores que exijam do próximo governo que separe pelo menos cinco bilhões do orçamento do estado para investir em ciência, tecnologia e iniciativas criativas sustentáveis visando dar outro destino, melhor e mais sustentável, ao povo paraense.