
Eu e meu filho, José Carlos Filho, compramos um rádio retrô e só hoje descobri que era o Dia do Rádio. Data do nascimento de Roquete Pinto, pai do rádio no Brasil.
Nossa compra era uma promessa para o avô dele, que amava um rádio. Seu Hildebrando, no cair da tarde, pegava uma cadeira, sentava na porta e ligava o rádio.
Bragança, cidade que ele amava, ainda é bucólica.
A compra do rádio e seu formato imitando os rádios da minha infância, me fez lembrar como nossa vida familiar era regulada pelos os horários da programação do rádio.
Quando tocava a chamada do programa A Patrulha da Cidade, era hora de fechar a porta da rua, se recolher para o almoço e depois a sesta.
As três hora, quando o Costa Filho ou o Eloi Santos iniciavam o Show da Tarde, vinha o cheiro do café no fogo e do pão quente do café da tarde.
As terças-feiras era sagrado ouvir a transmissão da Novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Mas as seis da tarde, ficávamos com as palavras do bispo com sua Voz do Pastor.
Disseram que a tevê ia acabar com o rádio. Não acabou. Com a chegada da internet o rádio já era. Não foi. O rádio é companheiro e não atrapalha os afazeres.
Hoje, quando quero ouvir a Rádio Educadora de Bragança, eu ouço pelo aplicativo no celular e também no bluetooth do rádio retrô.