
Dois fatos políticos terríveis: parlamentares aumentam a verba do Fundo Eleitoral de R$1,7 bilhão para R$5,7 bilhões; e a mãe de Ciro Nogueira, suplente do senador, assume sua vaga enquanto ele vai para o cargo de Ministro Chefe da Casa Civil a convite do presidente Jair Bolsonaro.
Os fatos indignam o Brasil e causam revolta em quem deles toma conhecimento.
Mas é preciso que as pessoas, além da indignação, saibam que existem soluções eficientes para corrigir estes absurdos e lutem por estas soluções. A solução é simples, mais democracia e transparência.
Quanto ao financiamento de campanha, existe o privado e público. Os dois podem ser bom, dependendo do tipo de organização do sistema política e de que democracia irá financiar.
Círio Nogueira é importante no jogo político por ser o dono do PP e comandar uma parcela de votos, o “Centrão”, que decidem o destino do Poder Legislativo e do Poder Executivo.
Se os partidos funcionam como a porta de entrada para os cargos eletivos, como tê-los sem que lhes exijam a mesma alternância de poder prevista para o sistema político?
A mãe de Ciro Nogueira jamais poderia ser a sua suplente se o PP fosse minimamente democrático. Também poderíamos impedir fechando a possibilidade com o fim do suplente ou com a aplicação da regra do nepotismo.
No caso do financiamento de campanha, tanto o publico quanto o privado seria aceitável se as eleições retirassem o caráter individual das candidaturas, tornando-as candidaturas coletivas, fruto de um projeto político partidário e ideológico.
Para que isso acontecesse, colaboraria se os partidos políticos fossem democráticos, o processo político tivesse maior participação do cidadão e as eleições fossem organizadas por chapas. O eleitor votaria no partido e na chapa que representasse seu projeto de poder.
As eleições ficariam muito mais seguras e baratas, o país pagaria poucas contas, não teríamos suplentes inexpressivos, familiares e resultaria em mais democracia.